quinta-feira, 29 de julho de 2010

A contar as horas


Caetano Veloso, dia 29, Coliseu do Porto, 22:00h
E assim, em princípio, irá teminar o concerto de amanhã. Espera-nos um Caetano eléctrico, a mercê da sua banda Cê (2006), constituída por Marcelo Callado na bateria, Pedro Sá na guitarra eléctrica e Ricardo Dias Gomes no baixo e teclados. Vamos ouvir 7 das 13 músicas que constam no último e notável disco Zii e Zie (2009), e outras preciosidades como a do vídeo acima, que foi composta para a telenovela Tieta (1989) de Aguinaldo Silva, que adaptou um romance de Jorge Amado intitulado Tieta do Agreste (1977).
Setlist do concerto de segunda-feira, dia 26, em Lisboa:

Tem que ser viola/Kuduro/A voz do morto
Sem cais
Trem das cores
Perdeu
Por quem?
Maria Bethânia
Irene
Volver (Carlos Gardel cover)
Desde que o samba é samba
Tarado
Menina da Ria
Não identificado
Odeio
A base de Guantánamo
Lapa
Água
A cor amarela
Eu sou neguinha?

Força estranha
A luz de Tieta

Têm aqui uma crítica desse concerto.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Descubra as semelhanças



















A menina da esquerda é, como toda a gente sabe, a jovem Carolina Patrocínio. A da direita, que, no meio da diferença apresenta semelhanças à portuguesinha, é Yo-Landi Visser, do grupo de hip-hop avançado, sul africano, Die Antwoord. Sem querer dar mais achegas, apenas digo que as duas têm sensivelmente o mesmo tamanho. Descubram o resto.

Dos poucos concertos que vão valer a pena em Paredes de Coura 2010



Artista: Caribou
Música: Sun
Álbum: Swim
Ano: 2010
Realizador do vídeo: Simon Owens

terça-feira, 27 de julho de 2010

Isto é o que se chama ser liberalista



Têm aqui também um bom artigo do senhor Simon Reynolds para ler, acerca do fenómeno Ariel Pink.

domingo, 25 de julho de 2010

Pequeno-Almoço Continental
















Os Pontos Negros
"Pequeno-Almoço Continental"

[2010; Universal]



Em jeito de aviso prévio, é favor parar por aqui quem tem medo da pop cantada em português e/ou acha que só lá fora é que se fazem álbuns pop de qualidade. Agora que ficaram os bons, Os Pontos Negros não vão ficar nos anais da história, eles próprios têm noção disso, mas vão lançando pequenas jóias pop que, verão após verão, vão ficando nos nossos ouvidos. Aconteceu isso com o primeiro Ep, onde condensam as suas melhores músicas até à data como "Numerologia" e "Canção da Lili", e posteriormente a sua confirmação em Magnífico Material Inútil, com air play de fazer inveja a muitas bandas: isso mesmo valeu-lhes a assinatura por uma editora major, a Universal.
Estando eles numa grande editora, têm uma responsabilidade acrescida de vender discos, que nos dias de hoje não está fácil. Assim recorrem a bengalas como traduzir para português aquilo que a juventude (o publico alvo) ouve de lá de fora: se no primeiro disco ouvimos The Strokes, a febre deste ano são os Vampire Weekend, bem patente em "Rei Bã" ou "Caminhos de Ferro". "Duro de Ouvido" é a faixa-chave do álbum, onde eles dedicam umas estofes para possíveis críticos do trabalho dos Pontos Negros. "Não sei ler escalas em clave de sol/E muito menos em clave de fá" começam assim esta música para depois no refrão dizerem "Mas tenho alegria/Dentro do meu coração": podem acusá-los de tudo menos de pretensiosismo. Podem ter conseguido o que conseguiram mas têm noção da realidade e convivem bem com isso, e o resultado é um sorriso no coração. Temos também uma dedicatória a António Variações com "Se o Variações Fosse o Meu Barbeiro", e outra a Lisboa com "Lisboa, Não Passas Deste Inverno".  Em trejeitos de New Order começa "Morre A Canção", com as guitarras a executarem uma saraivada de acordes com um coro a acompanhar aquela que será a faixa-agrada-a-todos do álbum. A fechar temos "São Torpes Não É St. Tropez" que promete rivalizar com os Fúria do Açúcar no que toca a hinos de verão. Têm aqui um belo pacote de canções pop para usar e abusar nesta época veraneante.


Ficha técnica:
Género: Pop/Rock
Origem: Portugal
Para quem gosta de: Heróis do Mar, Tiago Guilul, Vampire Weekend
Faixas em destaque: Duro de Ouvido, Morre A Canção, São Torpes Não É St. Tropez

sábado, 24 de julho de 2010


Os Pontos Negros "São Torpes Não é St. Tropez"
Fotografia: DuckDuck

terça-feira, 20 de julho de 2010

16ª edição do festival Super Bock Super Rock - 2010

A edição número 16 deste festival ficou marcada pelo cartaz de excelência, mas também pela péssima qualidade do campismo/recinto. Se o cartaz não estivesse tão bem pensado, esta seria uma edição desastrosa deste festival. E comece-se já com as críticas: este festival teve a boa iniciativa de fugir à cidade e assentar  arraiais no concelho de Sesimbra, e, ao contrário do que é divulgado, não é no Meco, mas numa Herdade - a Herdade do Cabeço da Flauta - que de praia não tem nada, antes sim um vasto pinhal. Em primeiro lugar, aquilo fica nos confins de Portugal, quase sem habitantes, um deserto no verdadeiro nome da palavra. Por este motivo, quem se deslocasse ao festival, ficava confinado a ficar no parque de campismo, onde pouca sombra era conseguida pelos pequenos pinheiros existentes, ou então teria de ir de autocarro para a praia. A sensação não é muito boa, são 4 dias em que só temos uma opção: apanhar sol. Como o sol do Sul é forte, o resultado são escaldões. Muita gente os sofreu, e sem oportunidade de os curar, visto que era preciso suar muito para encontrar uma sombra em condições. 
Depois não existe qualquer tipo de comércio à volta, o que nos obrigava a ter de alimentar dentro do festival. O mais grave é que as portas do mesmo só abriam às 16:00h, o que proporcionava um jejum involuntário aos milhares de festivaleiros. Como se não bastasse, todo o recinto tinha um solo com uma areia que libertava um pó medonho, e aqui a organização falhou logo à partida porque este piso é impróprio para estes eventos. Como tal só com lenços se conseguia estar, e mesmo assim não chegavam. Outra falha grave e gritante foi a reduzida quantidade de chuveiros que disponibilizaram: eram cerca de 20 chuveiros que, como é óbvio não chegaram para dar vazão a toda a gente e proporcionava filas intermináveis que chegava a atingir a meia centena de pessoas. 
Carregar telemóvel é tarefa que se poderia, à partida, esquecer. A barraca da EDP localizada no recinto tinha meia dúzia de carregadores, e nem todos os modelos constavam, para agravar mais a situação. A revista feita aos festivaleiros na recepção ao festival foi do aparato mais estúpido alguma vez visto: cães farejadores, polícia, podia-se pensar que se estava na presença de delinquentes ao mais alto nível. Absurdo. Aquilo parece que foi só para amedrontar o pessoal, pois nos dias que se seguiram pois não houve tão apertada revista. Como já deu para perceber, tudo correu mal na estadia nesta Herdade, vamos passar à música, que foi o que levou as pessoas ao festival.

O primeiro dia ficou marcado pelo palco secundário e a trupe indie mais requisitada de momento. St. Vicent, Beach House, Temper Trap e Grizzly Bear são bandas que actualmente têm grande atenção, e fez muita gente não sair deste palco. Neste palco só deu para dar atenção aos Grizzly Bear, e passar os olhos por Beach House e St. Vicent. Beach House já tinha sido visto em sala em Guimarães este ano, e espantaram. Em festival não se portam mal, e até ganham alguma potência que não é sentida numa sala fechada. St. Vicent não tem nenhum talento imaculado, é tentar fazer diferente sem sucesso: nem todos podem ser bons. Já Grizzly Bear foram magistrais, com um palco bem apetrechado com um jogo de luzes inspirado no seu vídeo de "Two Weeks". Não se vislumbra líder nato desta banda, todos têm um papel de comando, e mesmo o vocalista principal muda a cada música. O coro, esse, é perfeito, mostrando-se dos musicos mais dotados da actualidade.
Pelo palco principal houve surpresas (ou confirmações para alguns): Jamie Lidell de corsários e havaianas deu uma verdadeira lição de música. Ter um musico deste calibre e com álbuns de grande qualidade como o Multiply, já editados, é quase pecado. Jamie Lidell transforma o palco à sua medida, e não se deixa acomodar por um alinhamento básico: por duas vezes deu largas à imaginação e improvisou (?) sessões de beatbox. Num misto de soul, electónica e R&B, Jamie Lidell deu um verdadeiro show.
Mayer  Hawthorne & the County é favor trazer esta banda novamente a Portugal num futuro próximo: mas que arrebatadora actuação. Se duvidas existissem em relação à excelente qualidade musical deste senhor, estas desapareceram. À semelhança do que lhe antecedeu, este é outro cantor branco, mas que deve ter uma costela afro. De laço peculiar e smoking, a cada momento que Mayer abraçava o microfone transformava-se num lança-chamas de groove, com muito romantismo à mistura, resultado das suas letras pinga-amor. Momentos relaxados como "Just Ain't Gonna Work Out" e outros mais empolgantes como "Maybe So, Maybe No", mantiveram o publico divertido, a mercê também de algumas piadas do cantor.
Cut Copy e Pet Shop Boys, por outro lado, não deslumbraram. Cut Copy até se encontraram bastante perdidos na primeira parte da actuação, mas depois conseguiram entrosar-se e dar uma concerto razoável: as novas músicas tocadas estão boas, e já começam a gerar alguma expectativa sobre o sucessor de In Ghost Colours. Pet Shop Boys não serviu mais do que satisfazer os mais nostálgicos. O espectáculo visual é de facto muito bom, mas já não têm o mesmo carisma dos saudosos anos 80.

Se há coisa que se deve ter em atenção, e em especial nestes festivais de cartaz cuidado, são as primeiras bandas a tocar. Neste dia, os perfeitos desconhecidos Sweet Billy Pilgrim deram um espectáculo de encher as medidas aos mais atentos. Surgindo do nada, surpreenderam tudo e todos, com uma música que quebra barreiras do convencional: country-rock com acrescentos de pós-rock, resultando em alguns momentos de inspiradas improvisações. Daqui por um ano já vão andar na alta roda.
Holly Miranda foi outra das revelações da hora do pôr-do-sol. .Um misto de Pj Harvey e Cat Power dos tempos do rock, irrompeu os ares com bastante pó da Herdade com vontade de "dizer presente". A adesão do público foi instantânea, como se Miranda já tivesse uma pequena legião de fãs em Portugal. Foi com "Waves" e "Joints" que o publico delirou e cantarolou a espaços.
Colocar Vampire Weekend a cabeça de cartaz quando a abrir temos Hot Chip, é somente uma jogada comercial. Hot Chip são uma banda de renome, com diversas provas dadas da sua qualidade acima da média e não ficava nada mal o lugar de cabeça de cartaz de festival. Porque foi de longe o melhor concerto do dia, e conseguiram angariar ainda mais fãs. De inicio a fim foi como que se entrássemos uma pista de dança em que o dj fazia anos: todos os êxitos foram tocados, e inclusive uma das melhores faixas do ano que é "I Feel Better". Um festão sem fim, e no final todos comentavam o excelente concerto assistido. Vampire Weekend foi o concerto do histerismo esperado, que embora tenham lançado um bom álbum este ano - Contra - ainda não aguentam bem o estatuto de cabeça de cartaz. Teve demasiados momentos mornos, que nem os momentos Dick Dale de "Cousins", e outras que tais fizeram esquecer.
Julian Casablancas foi o carrasco do dia, com um concerto a começar mal - um atraso de 20 minutos - e que acabou à hora programada, o que transformou este, num concerto flash. A sobriedade não existe em Casablancas, e o arrastar no palco foi notório de inicio a fim. Os pontos altos foram as músicas que tocou dos Strokes, "Hard to Explain" e "Automatic Stop", e serviu para atiçar o gostinho pelos que desesperam por um concerto desses senhores.
 
Este era o dia grande, aquele em que iríamos ver de perto a lenda viva, de seu nome Prince. Para gáudio dos presentes Prince apresentou uma setlist revivalista, com os 70s e o funk como assunto da noite. Aqueles solos intermináveis, o coro negro e um tocador de harmónica excelso marcaram uma noite especial, que ainda contou com a presença de Ana Moura, com Prince a improvisar sobre "Vou Dar de Beber à Dor" e "A Sós Com a Noite". "Kiss" e "Purple Rain" levaram ao delírio o publico presente, e Prince retribuía a atenção com um "I Love Portugal". Felizardos foram os que estiveram neste concerto.
Num outro campeonato estiveram os The National, que, não fosse a presença de Prince e tinham assegurado a pole position dos melhores concertos. O hype aparecido com este último álbum foi sufocante, aparecendo coisas escritas na imprensa especializada que nem os próprios membros da banda devem concordar/acreditar. Apesar dos êxitos maiores constarem em anteriores álbuns, o novo - High Violet - é o mais bem pensado e sucedido enquanto matriz "álbum". Agora que as coisas estão mais calmas, The National decidiram agitar as águas ainda turvas, perante um dos melhores públicos de sua pertença - o publico português. As danças estranhas do vocalista Matt Berninger são o emular dos movimentos de Ian Curtis e a pose ao microfone à imagem de Stuart Staples dos Tindersticks. Propositado ou não, o que é certo é que estas referências aparecem logo à memória. Fora hypes e comparações, a categoria imposta pelo colectivo dos The National é, de facto, extasiante. Em palco constituidos por um trompestista, um saxofonista, um baterista, dois guitarristas, um violinista e um baixista, tudo funciona na perfeição. O "maestro" Matt Berninger passeia-se no palco com os seus ataques-de-não-se-sabe-o-quê e o épico funciona em seu redor. Vale a pena ver The National, nem que não seja pela sempre magistral interpretação de "Mr. November".
O resto do dia não chegou aos calcanhares dos outros dois concertos: The Morning Benders deram o ar de sua graça, e pouco mais; Spoon foi o concerto do costume, da eterna banda-quase-lá; Empire of The Sun valem pelo espectáculo visual, com quatro bailarinas de qualidade superior, e um guarda-roupa com boa imaginação.

Para o ano este festival, a manter-se neste local, tem que melhorar a 200% a qualidade do campismo, e, se possível, manter a elevada qualidade do cartaz. 

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Até loguinho!

Qual Alive, qual quê! Super Bock Super Rock é o melhor festival de verão deste ano em Portugal. É um festival com uma boa razão qualidade/preço, não tem um cartaz de "tudo ao molhe", fazendo lembrar um pouco o festival Paredes de Coura de há 2/3 anos, como festival de conceito. Pela primeira vez vou assistir a um festival de música em que 80% das bandas são do meu agrado. E nem tanto pelos cabeças de cartaz, mas pelos que estão a letras médias e mais pequenas. É certo que o nome de Prince é chamativo, mas não é a razão principal por que vou fazer 400Km.
Mas nem tudo é um mar de rosas nesta edição de 2010 do SBSR: em cima do festival foi lançada a bomba de que não se poderia utilizar botijas de gás no festival, devido a "motivos de segurança". É o capitalismo no seu estado mais puro a falar mais alto. Vamos ver como se vão aguentar com as milhares de botijas que certamente vão entrar lá. Isto para não referir o facto não haver um supermercado nas imediações, ao que consta. Mas já se sabe, se a edição deste ano der para o torto, mais ninguém põe lá os pés novamente. Nem o melhor cartaz do mundo lhes vale. A ver vamos.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Bifes em tamanho XL



OutKast são enormes, metade dos OutKast ainda continua a ser grande. Isto promete.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Barulho da Semana: Holly Miranda "The Magician's Private Library"

Holly Miranda - The Magician's Private Library [2010; XL]

myspace | site

Género: Pop/Rock/Singer-songwriter
Origem: EUA
Parecido com: Cat Power, Mazzy Star, Marisa Nadler
Faixas em destaque:  Joints, Waves, Sleep on Fire


Isto para quem não gosta de Cat Power é escusado; para quem ainda não sabe se gosta é a ver; para quem adora é obrigatório. Assim em breves linhas se resumem as possibilidades de Holly Miranda. Não se está aqui a diminuir o talento da artista, apenas se constata que apresenta uma voz muito semelhante à de Chan Marshall, na fase em que ela se dedicava ao rock.
Neste álbum de estreia - The Magician's Private Library - conta com a ajuda de Dave Sitek dos Tv On the Radio na orquestração do álbum e é a partir deste senhor que tudo se desenvolve. As canções assentam numa base dreamy, comum em bandas como Mazzy Star ou Slowdive, atribuindo uma atmosfera etérea ao longo de todo o álbum. "Joints" e "Waves" são o melhor que extraímos deste álbum: a primeira é uma música que começa apenas com uma guitarra e voz, mas vai crescendo até o final para desembocar num trompete em estilo épico; em "Waves" tenta-se tirar da cabeça Cat Power, mas logo de seguida nos apercebemos que aquela letra tão directa dificilmente poderia ter sido escrita por ela. Apesar de o final estar bem conseguido com "Sleep On Fire", todo o álbum parece estar encoberto de uma atmosfera demasiado densa e que pouco ou nada nos transmite de relevo. Fazem o preenchimento do álbum e pouco mais. Ainda não foi desta que Miranda se revelou totalmente. Esperemos que numa próxima isso aconteça, porque o talento está lá.

Chan, és tu?



So where do the waves go, my love
Where do the waves go, my love?
Sonic or liquid, I don't know

Ooh, we wait so long, babe
To become just one heart

sábado, 10 de julho de 2010

Os Golpes: será desta?

Os Golpes, pertencentes à editora Amor Fúria, são um grupo pop-rock português, nascido a 2008, que teve como intuito recuperar a alma perdida dos Heróis do Mar. Os Heróis do Mar foram, se não o mais importante, um dos mais importantes grupos  pop-rock da década de 80, em Portugal. Na altura foram bastante criticados por ter alusões directas à pátria, como o próprio nome da banda que foi retirado do hino nacional português - A Portuguesa - tendo sido visto como um acto de apoio ao governo ditatorial extinto. Mesmo não sendo de extrema-direita como os anunciavam, o ser patriótico não era visto com bons olhos, visto que ainda tinham o fantasma da ditadura bem presente. 
Hoje em dia já não temos esse problema, e o facto de Os Golpes utilizarem como símbolo a Cruz da Ordem de Cristo, usada nas caravelas portuguesas no tempo dos Descobrimentos, só abona em favor da banda. O primeiro álbum dos Golpes (2009) - "Cruz Vermelha Sobre Fundo Branco" - embora dotado de um instrumental inebriante, e que está bem acima da média do que se pratica em Portugal, as letras não conseguem acompanhar essa qualidade. Não deve ser por acaso que o álbum contém duas músicas somente instrumentais. Tirando uma ou outra canção, como o single "A Marcha dos Golpes", as restantes têm letras medíocres e que deitam abaixo o que poderia ser um grande álbum. Agora em 2010 eles têm a hipótese de se redimir e apresentar um Ep completo, como se espera que eles venham a fazer. Esse Ep vai ser oferecido em concertos no Porto e em Lisboa, e a nova faixa "Vá Lá Senhora", que conta com a participação de Rui Pregal da Cunha (vocalista dos Heróis do Mar), já pode ser ouvida aqui. As expectativas estão elevadas.

Fotografia: Vanda Noronha

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Recomenda-se



E quem quiser ir tem mesmo de se apressar em comprar os bilhetes. Já não restam muitos.

Barulho Esquisito é "Blog da Semana" da Cotonete

Pois bem, depois do êxito ocorrido nos prémios Super Blog Awards, chega agora mais uma distinção, desta feita pelo espaço musical português da Cotonete, como Blog da Semana. No final do mês vão ser reunidos todos os blogues da semana para uma votação, que irá determinar o Golden Blog.

PS: Aquilo tem um misterioso fundo branco sobreposto. Enquanto eles não solucionam o problema, e se quiserem ler o texto, têm que arrastar o rato por cima dele.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Podendo, é ouvir isto como se não houvesse amanhã



Artista: Tennis
Música: South Carolina
Álbum: South Carolina 7''
Ano: 2010
Realizador do vídeo: Scott Laidlaw

A ter debaixo de olho: Tennis

Tennis são mais uma banda sonora para este verão, ou melhor, eram, se o álbum já estivesse cá fora. Enquanto ele não chega ouvimos repetidamente o myspace até à exaustão. O seu primeiro 7polegadas intitulado South Carolina e agendado para 27 de Julho, já se encontra esgotado (era limitado a 300 cópias). Tennis são então uma dupla estadunidense, marido e mulher, que descobriu a música a dois a bordo de um barco à vela, onde navegaram ao longo de 8 meses pela Costa Atlântica dos EUA. O resultado foi uma banda pop, que pese embora não revolucione coisa que seja, faz pular um pouco o coração. O vídeo que se segue, com uma actuação ao vivo, tem qualquer coisa de Beach House.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Barulho da Semana: Delorean "Subiza"

Delorean - Subiza [2010; True Panther]

myspace | site

Género: Pop/Electronic
Origem: Espanha
Parecido com: Panda Bear, Yeasayer, Hot Chip, Cut Copy
Faixas em destaque:  Stay Close, Endless Sunset, Grow


Costuma-se dizer que, de Espanha, nem bons ventos nem bons casamentos, mas Delorean querem contrariar o provérbio: eles são o casamento perfeito no verão que se assiste. Parecendo que não, Delorean levam já dez anos de existência; a sorte grande, essa, só lhes saiu neste ano de 2010. Perfeitos desconhecidos até há bem pouco tempo, foi através de remisturas de bandas famosas como Franz Ferdinand e The XX e do Ep Ayrton Senna (2009) que a fama lhes chegou ao pêlo. 
O quarto álbum, Subiza, é o culminar de um trabalho árduo na busca de um som próprio de banda; apesar das claras influências de Panda Bear, há qualquer coisa aqui que nos remete o pensamento para "isto é tão Delorean". O tema, como não poderia deixar de ser, são os anos 80 e todas as suas festividades. New Order, os mais abusados neste verão, estão lá ("Grow"), e os improváveis Masters at Work dão o ar de sua graça em "Warmer Places", uma música que ao inicio assusta, mas que depois nos deixamos por envolver. Mas impossível é não comentar a faixa de abertura "Stay Close": podem baptizar o vosso verão com este tema.

domingo, 4 de julho de 2010

Bonaparte "L'État C'est Moi"
Fotografia: Eleni Mettyear

Katabatic + Asneira @ Insólito bar, 03/07/2010



 

 

De Lisboa vieram, ontem a Braga, duas bandas com o mesmo propósito: tentar espalhar charme. A primeira banda a tocar, deste duplo concerto, foram os Asneira. É uma banda recente, constituída por músicos de bandas já firmadas como Linda Martini, If Lucy Fell, Adorno, I Had Plans e Lobster. Claudia Guerreiro é quem oferece o lado mais popular à banda, devido à sua participação como baixista na banda Linda Martini. O concerto oferecido foi breve, com cerca de 4 músicas tocadas, mas que revelou potencial para vôos bem altos. Rui Carvalho é um guitarrista virtuoso, e o baterista Ricardo demonstrou um à-vontade contagiante na bateria. Em Asneira nada sai errado, o nível de entrosamento da banda faz acreditar que eles já se encontram juntos há bem mais do que os poucos meses de vida que levam. Em concerto os guitarristas fazem-se acompanhar por bancos, tocando sentados todo o alinhamento. O resultado é uma mistura de rock matemático, melodias pós-rock e bateria dos Melvins. O futuro parece risonho.
Katabatic, o cabeça deste duplo concerto, deram um concerto estranho. Começaram bem o concerto, que todo ele consistiu num rock ambiente suportado por um baixo possante, mas cedo se tornaram enfadonhos e aborrecidos. Foi um bocejo, até que se chegou à última música do alinhamento: aí as duvidas apareceram. Se até aí já se tinha dado a sentença, com essa nova música que tocaram fez-nos mudar de ideias e esperar para ver. É mesmo isso que se vai fazer.
 
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