ADELE. Nunca fui muito à bola com a Adele; tinha momentos em que aquela "Chasing Pevements" de 2008 me irritava um bocadinho, motivo pelo qual nunca me interessei pela cantora. Mas em 2011, e especialmente impulsionado pela sua actuação nos Brit Awards, fui num sentido diferente: a rapariga tem mesmo uma voz impressionante! O novo álbum 21 (2011), a suceder ao 19 (2008), tem das letras mais deprimentes dos últimos tempos, mas de uma emoção tão natural que a fez verter umas lágrimas na actuação referida acima. Desafio ao leitor: tentar respirar numa sequência "Don't You Remember" – "Lovesong" (belíssima versão dos The Cure) – "Someone Like You".
CUT COPY. Sobre os Cut Copy não há muito a dizer: são dos poucos que conseguiram pegar na temática dos '80 e atribuir-lhe alguma vida nova, não se limitando a mexer no cadáver. Neste novo álbum, Zonoscope, elevaram a fasquia e fizeram um álbum mais ambicioso, não tão agradável às massas, incluindo por exemplo uma faixa com mais de 15 minutos a fechar o álbum. Mesmo que a tarefa tivesse corrido mal, só pela faixa "Pharaos & Pyramids" já teria valido a pena ouvi-los.
DUM DUM GIRLS. Actualmente o rock já não é só para homens: Dum Dum Girls fazem envergonhar muito macho que por aí se passeia. Numa altura em que o rock atravessa uma grave crise (não é só a economia), estas meninas fazem um Ep (He Gets Me High, 2011) com garra e chama. Estas ora são guerreiras e enérgicas ("He Gets Me High") ora baladeiras e fofinhas ("Take Care of My Baby"). A fechar temos uma versão dos Smiths - "There is a Light That Never Goes Out" - e eles nunca soaram tão bem numa voz feminina.
JULIANNA BARWICK. Enya do indie rock? Uma mistura de Enya e Animal Collective? Estas são algumas das comparações que se lhe sido feitas, e que a tem feito obter algum culto nestas ultimas semanas. A originalidade da mesma assenta no facto de utilizar apenas a voz como instrumento, e, não cantada, mas sim utilizando apenas harmonias vocais. O efeito é um puro deleite de relaxamento, com camadas de harmonias a fazerem lembrar os cânticos de igreja. Se em 2009 com o seu primeiro Ep pouca gente deu por ela, agora em 2011 com o longa-duração The Magic Place já ninguém vai ficar indiferente. Ainda é possível ser-se original em 2011.